Presidente do Paraguai descarta reabrir Ponte da Amizade

Presidencia de la República / Paraguay

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, disse nesta sexta-feira (08) que não há, pelo menos por enquanto, previsão para a reabertura das fronteiras, em especial, a fronteira com o Brasil.

Na avaliação do mandatário, a situação sanitária no Brasil, referente à pandemia do novo coronavírus, representa uma ameaça para o sistema de saúde paraguaio, que conta com limitações para o atendimento à população.

“Nem me passa pela cabeça reabrir a fronteira com o Brasil”, afirmou o presidente, à imprensa, durante visita de campo ao departamento (estado) de Misiones, na região sul do país.

“Temos 700 quilômetros de fronteira e temos de entender que isso é uma enorme ameaça a todo o trabalho que estamos fazendo. Já reforcei, militarizei as regiões mais vulneráveis e de maior volume de gente, para fazer todo o esforço de poder diminuir a possibilidade de que compatriotas vindos do lado brasileiro entrem sem controle e sem respeitar os protocolos”, complementou.

A reabertura da fronteira é reivindicada, especialmente, por empresários e comerciantes de Ciudad del Este, cuja economia depende do fluxo fronteiriço de consumidores.

Entretanto, somente desde o último dia 01/05, mais de 250 paraguaios que retornaram do Brasil via Ponte da Amizade, procedentes de estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, deram positivo para o novo coronavírus.

A contaminação em massa, provavelmente, aconteceu na própria fronteira, durante os acampamentos improvisados no alto da passarela para pedestres, nos quais os paraguaios chegam a aguardar, aglomerados e com as mínimas condições de salubridade, até três ou mais dias pela autorização de retorno ao país.

Boletim atualizado na tarde desta sexta-feira (08) dá conta de que o Paraguai tem 563 casos confirmados de cidadãos do país infectados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, com 10 mortes.

Dos 101 casos confirmados hoje, 97 são de paraguaios que voltaram do Brasil e estão abrigados em albergues disponibilizados pelo governo para o cumprimento da quarentena obrigatória.

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